Análise Documental e o universo da informação veicular

Se você já atua no segmento das cautelares, vai concordar comigo que a análise do histórico documental de um veículo às vezes se torna um grande quebra cabeças que só conseguimos concluir quando juntamos a ela as peças que trazem as informações da análise física do carro, ou seja sua identificação e sua análise estrutural. 

A estes três grupos de informações damos o nome de: os três pilares fundamentais da cautelar. São fundamentais, pois se complementam formando a base fundamental de um único produto, o laudo cautelar. Recentemente nós publicamos conteúdos sobre os dois primeiros pilares fundamentais, você pode conferir nos links: Foco na identificação; Análise estrutural, é possível reduzir as chances de erro? 

É interessante observar como a questão do histórico documental está diretamente ligado à análise física do carro, e como em grande parte dos casos como uma informação de um histórico negativo que pode ser um indício de sinistro por exemplo está materializada no veículo com os indícios de reparos detectados nele durante a vistoria. 

Porém o contrário também pode acontecer. O veículo fisicamente pode apresentar indícios de que foi reparado, mas não possuir registro documental negativo. Não foram raras as vezes em que tivemos que lidar com este tipo de situação em nossa operação modelo. 

Neste post queremos compartilhar com você algumas situações que vivenciamos que podem te ajudar na resolução de alguma situação parecida que você possa vir a enfrentar por aí.

Dizemos parecida, pois com a nossa experiência prática aprendemos que quando se trata deste assunto quase nunca ocorrem situações idênticas, cada carro tem a sua própria história para contar. 

Mas conhecimento nunca é demais. Em algum momento estas informações e dicas que vamos te passar podem ser decisivas para te ajudar a resolver alguma situação mais complicada. Vamos nessa? 

Histórico documental X Análise física do veículo

Se tem algo que todos os que atuam no segmento da cautelar precisam saber é que  o universo da informação veicular é extremamente COMPLEXO e nem sempre se terá uma resposta documental para algo que é detectado fisicamente no carro. Existem situações em que simplesmente não há rastro ou vestígio documental.

Constantemente em nossa operação modelo identificamos veículos nesta situação. Em um caso recente foi vistoriado um carro com menos de 5 anos de uso que apresentava substituição de painel frontal, reparos nas longarinas dianteiras além da substituição dos para-lamas, capô dianteiro e kit frontal (para-choque e faróis). Reparos bem consideráveis temos que concordar, porém não havia nenhum registro documental no histórico do veículo, seja de leilão ou de acidentes, nenhum rastro sequer. 

Suspeitamos se tratar de um repasse direto (veículo indenizado e repassado diretamente ao mercado pela seguradora) porém esta informação não se confirmou. Verificamos através de nossa consulta Radar Securitário que não havia restrições dentro do mercado securitário para este veículo. 

Pela extensão dos reparos detectados na vistoria caso tivesse sido realizado um BAT Boletim de Acidente de Trânsito este veículo poderia ter sido classificado como média monta e por consequência possuir um CSV Certificado de Segurança Veicular, porém não era o caso dele, não era um veículo com registro de sinistro recuperado.

Não sabemos as circunstâncias e o que pode ter acontecido com este carro, apesar de não termos a resposta documental sua condição física denunciava que ele já teria passado por um provável acidente e por consequência possuía reparos consideráveis que podiam comprometer a segurança dos ocupantes em um posterior acidente. 

Isso exemplifica que diante de uma situação como esta não há dúvida que o veículo possui itens com não conformidade no pilar fundamental da análise estrutural, isso significa que apesar da ausência de registros documentais do ocorrido existe a fundamentação para um parecer final negativo no laudo cautelar.  

Em outros casos, a conclusão final do laudo é facilitada pelo fato de que há o registro documental negativo para o veículo. Um histórico de leilão por seguradora, um indício de sinistro ou um CSV Recuperado de sinistro no CRLV podem indicar um problema estrutural, nestes casos as coisas ficam um pouco mais fáceis. 

Nós sempre recomendamos inclusive aos parceiros que façam antes de iniciar a análise física do veículo a consulta documental, não que ela vá servir como único balizador da perícia ou vistoria física no carro, mas o acesso ao histórico do carro traz muito mais embasamento ao vistoriador.   

É preciso entender ainda que dentro do universo da informação veicular existe uma cadeia de distribuição da informação.

Neste processo temos os fornecedores que possuem bases de informação veicular privadas e os fornecedores que trazem informações das bases públicas.

Os bancos de dados privados são estruturados e construídos pelos fornecedores ao longo do tempo,  dependendo do tipo de informação em alguns casos de forma manual, como é o caso do histórico de leilão por exemplo, para o cadastramento dos veículos com passagem é realizado todo um trabalho manual de busca de editais, classificação e inclusão na base de dados. 

Temos também os fornecedores que disponibilizam as informações provenientes de bases públicas, que trazem informações como débitos e restrições ativas, por exemplo, uma questão importante relacionada a estes fornecedores é que eles enfrentam problemas com a instabilidade dos servidores e a defasagem da informação em alguns órgãos públicos. 

Dentro desta cadeia temos também as distribuidoras como a SVI Brasil que entregam através de plataformas tecnológicas a informação provenientes dos fornecedores às empresas vistoriadoras que por sua vez vão repassá-las ao cliente final, seja através de laudo cautelar ou consulta avulsa. 

É necessário que a empresa vistoriadora saiba que faz parte dessa cadeia de distribuição e mais importante ainda, que entenda bem como esta cadeia funciona. 

Sabemos que algumas das informações provenientes dos bancos de dados dos fornecedores são mais sensíveis e merecem um cuidado especial, por este motivo na SVI mantemos um suporte real-time que além de outras demandas ajuda também o parceiro em caso de dúvida a entender melhor as informações disponibilizadas na consulta, isso com certeza contribui para que se tenha uma segurança maior no momento de dar o parecer final do laudo. 

Nós já vivenciamos na prática as dificuldades que uma empresa vistoriadora pode enfrentar em seu dia a dia, sabemos bem que as questões documentais podem ser um grande problema e o quanto ter este apoio pode fazer toda a diferença.  

Se você ainda não viu, confira os nossos outros posts do blog, conteúdo exclusivo que vai contribuir para o desenvolvimento e crescimento do seu negócio. 

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