Análise estrutural: é possível diminuir os erros?

Se você já atua no segmento da cautelar vai concordar comigo que se tem algo que tira o sono do vistoriador é com certeza o medo de deixar algo passar em sua análise estrutural no momento da perícia cautelar. 

Por aqui, já acompanhamos alguns casos de veículos que possuíam reparos estruturais que não foram detectados e isso você sabe, é algo que realmente pode acontecer com qualquer profissional da área, seja ele mais experiente ou não.  

O grande problema de uma falha como esta são as consequências que ela traz. São prejuízos financeiros e comerciais que podem custar inclusive a existência do negócio.

Com base na nossa experiência não só da nossa operação local mas de parceiros espalhados Brasil afora que damos também o apoio e suporte, queremos compartilhar com você algumas dicas que podem te ajudar a diminuir os riscos de falhas relacionadas à análise estrutural. Vamos lá?  

Etapas Fundamentais

No nosso post sobre foco na identificação falamos da importância da análise física do veículo estar fundamentada em duas etapas distintas e talvez você esteja se perguntando, por que acreditamos tanto na eficiência do método de 2 etapas para a análise física do veículo?

A resposta é bastante simples.

Acreditamos que quando o profissional coloca seu foco e atenção em cumprir uma etapa da tarefa por vez, as chances de erros involuntários diminui drasticamente. 

Isso validamos na prática em nossa operação modelo. Quando por exemplo, o vistoriador faz a análise física do veículo sem um roteiro definido e de forma descoordenada, realizando a identificação e a análise estrutural do veículo ao mesmo tempo, as chances de erro involuntário onde ele pode não perceber e deixar passar indícios graves aumentam muito e isso até para um profissional experiente. 

Com a energia direcionada em um objetivo de cada vez, o profissional é capaz de raciocinar mais claramente, e como dizemos por aqui ele irá conseguir ouvir melhor o que o carro tem a “dizer”. 

Estrategicamente entendemos que a primeira etapa deve estar voltada para a identificação do veículo. Isso porque antes de mais nada precisamos saber se ele, por exemplo, não possui algum problema relacionado a um de seus identificadores ou pior, se não se trata de um veículo completamente adulterado. Concluindo nosso parecer sobre a identidade do veículo, prosseguimos para a segunda etapa em que fazemos a análise das condições de originalidade da estrutura do carro. 

Deixar a verificação estrutural para um segundo momento durante a análise física do veículo não significa que ela tenha menos importância, muito pelo contrário. Significa que vamos dedicar um momento exclusivo para esta etapa, e que ao realizá-la vamos concentrar nossa atenção, não dividindo nosso foco. Adotar esse sistema como prática irá reduzir drasticamente os riscos de deixar passar algo “batido”. 

Sabemos que alguns reparos estruturais são de muito difícil detecção e análise, por isso é importante também estar atento aos indícios e contar sempre com uma segunda opinião. 

O grande risco está nas perícias que são realizadas in-loco. 

Questões como um ambiente não propício, falta de equipamentos como elevador ou fosso de inspeção, isso sem contar a pressão por parte do cliente que pode levar o vistoriador a não detectar indícios de reparos ou não conseguir classificar com exatidão o tipo e extensão do reparo. 

Em nossa operação modelo adotamos uma prática importante para reduzir os riscos nestes casos:

Sempre que um vistoriador detecta um indício de um reparo que pode ser mais grave, como por exemplo, uma emenda transversal ele solicita a presença de um colega da equipe para ter uma segunda opinião, caso ainda não seja possivel determinar com exatidão ele solicitará ao cliente para que o veículo seja encaminhado à base onde se tem a disposição equipamentos, além do auxílio dos outros membros da equipe para que o diagnóstico seja mais preciso. 

Outra dica importante é sempre ter à disposição além do medidor eletrônico de espessura de camada de tinta, a caneta medidor de espessura. A caneta pode ser utilizada para verificação de pontos com massa plástica em locais de mais difícil acesso das colunas e longarinas, sabemos que massa plástica nestes locais podem ser um indício de solda não original. 

Todos estes cuidados não eliminam o risco de erro, porém diminuem muito a possibilidade deles acontecerem. Criar procedimentos e normas específicas para cada situação é proteger o negócio do alto risco da atividade.  

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