Perícia Cautelar: o que é e como funciona

Você sabe o que é perícia cautelar e como ela funciona?

Se você chegou até aqui talvez já conheça ou pelo menos  já tenha ouvido falar sobre as perícias cautelares. 

Mas afinal, o que são essas perícias e como elas podem te ajudar? Deixe-me falar um pouco sobre isso…

Mas afinal o que é a perícia cautelar veicular?

Podemos considerar a perícia cautelar como um tipo de perícia bem específica, nela é feita uma análise muito criteriosa e detalhada do veículo que verifica e constata as condições que ele se encontra no momento em que está sendo objeto da vistoria. Com base nesta análise é emitido um laudo cautelar com um parecer final atestando as condições do veículo.

As perícias cautelares normalmente são muito utilizadas no momento da venda ou compra do carro trazendo muito mais segurança e transparência à negociação. São muito utilizadas por bancos, financeiras, revendedores, concessionárias e pessoas físicas. 

Para ficar mais claro pra você o que é analisado podemos dividir a perícia cautelar em 3 pilares fundamentais, são eles:  

A Identificação e procedência, Análise estrutural e a Análise do histórico documental.

Vamos falar um pouco sobre cada um desses pilares: 

Os três pilares fundamentais, são eles:

Identificação e procedência

“Este carro é realmente quem diz ser?”

Esta pergunta a princípio pode parecer estranha, afinal estamos falando de um automóvel, não de uma pessoa.

Mas quando se fala em identificação de veículos temos uma semelhança muito grande com o processo de identificar a verdadeira identidade de alguém. No caso de uma pessoa, por exemplo, são analisados os documentos e a impressão digital a fim de saber se a pessoa é ela mesma e se talvez não esteja se passando por outra. 

Trazendo para o universo das perícias quando falamos em verificação da originalidade dos pontos de identificação, basicamente estamos dizendo que a autenticidade da identidade daquele veículo está sendo verificada. Analisamos itens como número de chassi, etiquetas, gravações de vidro, número de motor, etc.

Você já ouviu falar por exemplo de veículos dublês? 

Um veículo dublê normalmente é um veículo roubado/furtado que teve seu identificadores adulterados com as informações de outro veículo original que possua as mesmas características e que está regular. Este veículo roubado passa então a ser um “clone” do veículo original.

Em nossa operação local de vistoria não são raras as vezes que identificamos veículos nesta situação, totalmente adulterados e em outros casos com adulterações mais simples porém não menos graves, como por exemplo motores substituídos sem origem comprovada e com numeração identificadora adulterada.

A vida de quem compra um veículo totalmente adulterado ou com algum tipo de problema em um dos identificadores pode se tornar um grande pesadelo. Por isso sempre antes de prosseguir com a análise estrutural o foco principal da perícia cautelar está na identificação do veículo, é como sempre dizemos por aqui: 

Se o carro “cair” na identificação ou seja se for um veiculo adulterado ou duble por exemplo, a situação estrutural será devidamente verificada porém não terá grande relevância, pois muitas vezes o veiculo adulterado esta em situação ilegal e em alguns casos sequer deveria estar em circulação.

Um verdadeiro caso de polícia!  

Análise estrutural

“Esse carro já foi batido?”

Uma vez que temos a certeza que não estamos diante de um veículo adulterado é hora de prosseguir com a análise da originalidade da pintura e da estrutura. É neste momento que o foco da nossa análise é levado para outra questão importante: A SEGURANÇA do usuário. 

A verificação da originalidade da pintura da parte externa do veículo é importante mas é só o primeiro passo de uma análise muito mais profunda. 

Nesta etapa são analisados todos os componentes que fazem parte  da estrutura do veículo, fixos e removíveis. Esta análise busca identificar se estes componentes estão danificados ou se já sofreram algum tipo de reparo que pode comprometer a segurança do veículo em um posterior acidente. 

Na parte frontal de um veículo de passeio, por exemplo, podemos citar as longarinas como principal componente estrutural. A engenharia aplicada em seu desenvolvimento e a composição do aço utilizado garantem  em caso de uma colisão que elas tenham a capacidade de absorção de grande parte da energia gerada pelo impacto.

O objetivo com isso é que o habitáculo dos passageiros receba o menos possível da força do impacto preservando a integridade física dos passageiros.

Imagine agora uma longarina que já sofreu com um impacto anterior e está danificada ou que já passou por reparos que não sabemos se foram realizados de forma adequada. Podemos afirmar que este componente oferece condições de segurança adequada (como era quando original) aos ocupantes em caso de um posterior acidente? 

Podemos afirmar categoricamente que NÃO. O fato é que os ocupantes correm um grande risco neste caso. 

Constantemente identificamos aqui em nossa operação local veículos não só com danos e reparos em longarinas mas também com outros inúmeros tipos de reparos, danos e emendas estruturais, alguns deles muito graves. 

O papel da perícia cautelar é livrar as pessoas de caírem em grandes furadas como essa, sempre baseando suas análises estruturais no princípio básico da SEGURANÇA. 

Histórico documental

“Este carro é de leilão?”

Uma das maiores preocupações hoje no momento de comprar um carro é saber sobre o seu histórico documental. 

O número de veículos com histórico de leilão de seguradoras, por exemplo, aumenta muito todos os anos. Temos hoje uma enorme frota de veículos com este tipo de histórico.

São veículos integralmente indenizados pelas cias seguradoras que após serem leiloados voltam ao mercado e são comercializados.

É importante considerar que veículos como estes podem possuir reparos estruturais graves e além disso ter restrição de aceitação no mercado securitário. 

Para a perícia cautelar a informação do histórico documental é importantíssima pois vai complementar a análise física realizada no veículo.

Além do histórico de leilão são verificadas várias outras informações como as restrições ativas, bases federais e estaduais, histórico de acidentes entre outros dados relevantes que vão complementar o parecer final do laudo que uma vez emitido traz todas as informações pertinentes à análise física e documental realizada. 

Normalmente o parecer final de um laudo cautelar vai desde aprovado, aprovando com apontamento ou restrição e reprovado. Em outro post falamos sobre os critérios normalmente utilizados para reprovação de um veículo em uma perícia cautelar.  

Confira aqui: “O que reprova na perícia cautelar”

A perícia cautelar traz muito mais segurança ao processo de negociação e como já dissemos anteriormente é importante tanto para quem compra quanto para quem vende.